domingo, 26 de agosto de 2012

SÃO AS ATUAIS ELITES AS MAÇÃS PODRES DE PORTUGAL





 
Aires Melon Pereira
 
No passado dia 15 deste mês de Agosto quem lesse o jornal Público deparava com um título que podemos considerar deslumbrante sobre o que aconteceu em 2004 meses depois da “novela” dos submarinos” entrar em “linha de produção”. O CDS depositou a “prestações” em poucas horas “1,06 milhões de euros em notas depositados por funcionários na conta do CDS no final de 2004” como diz o jornal Público.
 
A abertura da notícia ainda esclarece: “Foi literalmente aos molhos que os funcionários da sede nacional do CDS-PP levaram nos últimos dias de Dezembro de 2004 para o balcão do BES, na Rua do Comércio, em Lisboa, um total de 1.060.250 euros, para depositar na conta do partido. Em apenas quatro dias foram feitos 105 depósitos, todos em notas, de montantes sempre inferiores a 12.500 euros, quantia a partir da qual era obrigatória a comunicação às autoridades de combate à corrupção.”
 
Alegadamente o CDS afirmou que aquele mais de um milhão de euros estava nos seus cofres, na sede do partido, havia imenso tempo porque era o acumular de donativos… Não deixa de ser estranho. Como estranho é o ano de 2004, em Abril, ter acontecido o culminar do negócio dos submarinos com a German Submarine Consortium por Paulo Portas, alvo de investigações por corrupção em Portugal e na Alemanha. Na Alemanha as investigações concluíram haver corrupção, irregularidades de índole criminal, e os dois gestores alemães admitiram a actuação criminosa, como avança o jornal Público, salientando que “entregaram ao cônsul honorário de Portugal em Munique o montante de 1,6 milhões de euros. Este, por sua vez, disse perante a justiça alemã que manteve encontros com o ministro Paulo Portas e o primeiro-ministro Durão Barroso, para a concretização do negócio”. Espantoso. A pseudo Justiça em Portugal não chega a conclusões, não prova nada a não ser que em casos que envolvem figuras de peso (portugueses de primeira) dificilmente chega a conclusões de cometimento de crime. Inclusivamente o Procurador-Geral da República veio dizer que “não há dinheiro para prosseguir as investigações do negócio dos submarinos”… Evidentemente que se fosse algum Sem Abrigo que furtasse uma lata de conservas de sardinhas em qualquer supermercado já haveria dinheiro para a investigação, para o processo, para o enclausurar numa cela – passemos o exagero, por enquanto.
 
Por estas e outras. Porque quando algo aparentemente ilícito envolve políticos ou parceiros de políticos, quando se detetam “mistérios” nesta ou naquela figura quase nunca isso passa de umas quantas parangonas em jornais e tudo acaba em nada. Porque será?
 
Podemos pensar que afinal são os jornais que puxam ao sensacionalismo e que os políticos e seus pares são pessoas honestas e impolutas? Não, só em raros casos. Isto porque depois, passados uns anos (às vezes nem isso) vimos políticos possuidores de fortunas que nem eles imaginavam conseguir amealhar como “pé-de meia”.
 
Por essas e por outras os portugueses já nem acreditam no setor da Justiça, tal como nos políticos. O presente Procurador-Geral da República tem sido um primor no descrédito que sobe em flecha relativamente àquela instituição. Nos tribunais olha-se para os magistrados com repelente desconfiança (em quantos imerecidamente?). Mas não é isso que os portugueses querem. O que os portugueses querem é acreditar na Justiça acima de todas as coisas. Sem Justiça não existe democracia. Não é por acaso que Portugal é cada vez mais um país de injustiças. Cada vez menos democrático. Quem perde é o país e a sociedade portuguesa. Mas isso que importa às elites associadas em prováveis máfias? Nada! Nem se preocupam por serem olhadas com justificadas desconfianças desde que as fortunas lhes sejam asseguradas, sejam elas lícitas ou ilícitas. Nem importa a essas elites que sejam as “maçãs” podres que estão a apodrecer o país de modo irrecuperável, irremediável. Viva o vil metal!
 

domingo, 12 de agosto de 2012

ZITA SEABRA SERVIDA DE IMAGINAÇÃO FÉRTIL NA CRESPOLÂNDIA



Por Bernardo Belo Cunha

Não faz sentido. Só um Crespo como Mário se empolgaria a trazer-nos televisivamente a lufada de ar condicionado a cheirar a esgoto gerada por Zita Seabra, uma ex-militante do PCP que há muitas décadas aderiu ao inverso daquilo que por muitos anos defendeu, o chamado proletariado, o povo e os seus direitos segundo a cartilha comunista de uma União Soviética cada vez mais decadente. Tão decadente nesse tempo quanto o capitalismo o está na atualidade. Mas Zita, talvez por uma questão de ganha-pão, lá aderiu à direita, que antes chamava revanchista, e entrou de supetão para deputada do PSD. Há muitos que pela tal questão de ganha-pão fazem tudo. Até trocam infernos vermelhos por os de outra cor, alaranjados, por exemplo – cor do PSD.

Não faz sentido. Instrumentos de escuta dentro de aparelhos de ar condicionado? Mas onde é que Zita tinha a cabeça? E Mário, o Crespo? Os equipamentos de ar condicionado fazem barulho, em princípio, logicamente, impossibilitando a escuta através de equipamento para esse fim. Para mais introduzido no seu interior. Para mais porque as ações de espionagem do PCP aconteceram há umas décadas, como afirma, e nesse tempo os aparelhos de ar condicionado produziam um ronronar que muitas vezes até nos incomodavam, muitas vezes até os desligávamos devido ao seu efeito poluidor da sonoridade produzida…

Zita, talvez inspirada no título “O Espião Que Saiu do Frio”, serviu, a quem a quis escutar, uma dose de imaginação fértil – na opinião de muitos. Interessante é aquilo que escreve Ferreira Fernandes, no Diário de Notícias, sobre o gélido acontecimento televisivo de Crespo. Curto, incisivo, irónico, não deixou passar a imaginação fértil de Zita sem recordar que “Aparelhos de escuta usam-se em floreiras, relógios, botões, lamparinas e o agente Olho Vivo até num sapato.” Deliciem-se.

A Zita que saiu do ar condicionado


Zita Seabra, em conversa com Mário Crespo, na SIC, sugeriu que o PCP e a RDA (Alemanha comunista) usavam os aparelhos de ar condicionado da empresa portuguesa FNAC (ligada nos anos 70 e 80 ao PCP) para espiar. E quando Crespo explicita "equipamentos de escuta...", ela confirmou: "Em tudo o que era ministérios, em sítios nevrálgicos." Ela lembrou que era frequente entre comunistas "brincar-se, dizendo em que gabinete estará aquele ar condicionado..." Zita foi dirigente do PCP e aquilo que se sabe da RDA em matéria de espionagem dá crédito mesmo a hipóteses absurdas. Mas ficam-me algumas dúvidas. Zita Seabra saiu do PCP em janeiro de 1989 e só em outubro de 1990 a RDA acabou. Nesse intervalo de ano e meio a já democrata Zita informou o País do perigo que corria? Ao que parece não disse nada porque PS, PSD e CDS, todos com gabinetes potencialmente escutados e nenhum meigo com o PCP, não tiraram partido do escândalo. Então, porque calou, Zita? O que me leva a outra dúvida: microfones em aparelhos de ar condicionado? Aparelhos de escuta usam-se em floreiras, relógios, botões, lamparinas e o agente Olho Vivo até num sapato. Tudo objetos silenciosos. Em ar condicionado? Hmmm, as suspeitas aprofundam-se: uma vez comunista, comunista toda a vida... Será que Zita é uma agente adormecida e, mais forte do que ela, aproveitou a ida ao Crespo para fazer propaganda aos aparelhos comunistas da FNAC, os mais silenciosos do mercado capitalista?


sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O LOGRO MORA EM SÃO BENTO



Por Dora Manta Pereira

Passos Coelho foi ao norte do país e ganhou uma queixada ao vivo quando ouviu e viu manifestantes indignados vaiarem-no com fervor e chamarem-lhe gatuno, ladrão e outros mimos do género. Por mais triste que seja ver um primeiro-ministro ser apupado devemos ponderar se merece ou não aquele trato de polé. Contas feitas vimos que merece e que até já tardava haver quem tivesse a tolerância e o baú dos sacrifícios  tão esgotados de capacidade que optou por atirar carga ao mar. Foi o que vimos e ouvimos. Isto é só o começo. Haverá momento, daqui em diante, em que Passos Coelho vai preferir entrar pelas portas dos fundos e de surpresa, quase secretamente, que é para não ter de se sujeitar ao triste espetáculo de ver os portugueses indignados que estão a perder as estribeiras e que não guardam, nem quase nunca guardaram, respeito àquele que prometeu mais que qualquer outro sabendo que estava a mentir, tendo por único objetivo ser suficientemente votado para conseguir uma maioria absoluta. Objetivo que não conseguiu e que levou o seu partido a aliar-se ao CDS de Portas para formar governo. Jamais Passos Coelho merecerá o crédito dos portugueses, jamais os portugueses serão tolerantes para com ele, mesmo que o merecesse. O futuro próximo será de mais vaias e apupos. Este primeiro-ministro e o seu governo abriram a caixa de Pandora da indignação, por tanto mentir e tantos sacrifícios exigir e pôr em prática sem olhar as injustiças que pratica.

Para além da grande queixada que Passos Coelho vai sempre usar, enquanto for o chefe dos algozes da vasta maioria de portugueses injustiçados, não precisamos de ir à bruxa para futurarmos que chegará o momento de nos querermos ver livres desta matilha raivosa a qualquer preço porque a situação das famílias está a ficar insustentável. A instabilidade social já é um facto e está em crescendo. Infelizmente nada indica que a sabedoria dos "super ministros" deste governo saibam como nos aplacar a indignação. É até muito provável que se registem confrontos violentos que de todo seriam evitáveis caso Passos Coelho e os seus ministros soubessem que tudo tem um limite e as carências e paciência do povo também.

Os tiques ditatoriais deste governo, os golpes e contra golpes antidemocráticos a que vimos assistindo, indiciam que piores tempos se aproximam, porque na mente de Passos e do elenco do seu governo prevalece o Quero, Posso e Mando, debalde as tentativas que fazem para parecerem democráticos, tolerantes e humanos. Nada têm de humanos mas sim de verdadeiras máquinas espoliadoras dos contribuintes que menos têm, que quase nada têm, ou já nada têm. Aos que já perderam tudo, e são bastantes, Passos e os hipócritas que o ladeiam dão-lhes o destino da caridadezinha. Prevalece o roubo e a hipocrisia tão ao jeito da direita mais revanchista que se possa imaginar. Também por isso percebemos que Passos Coelho é um gigantesco logro. Afinal o logro mora em São Bento  e consome os portugueses sem cerimonias, sem contemplações. Vaiemos porque merece.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

OH TEMPO VOLTA PARA TRÁS…



Por Helena Brito Zenha


A UGT anunciou que não há pacto social porque discorda profundamente das medidas impostas pelo governo em obrigar os portugueses ainda com emprego a alargar o horário de prestação de trabalho por mais meia hora diária, cerca de 10 horas por mês, mais de 120 horas por ano. Oferecer à entidade patronal mais 120 horas por ano, contas feitas por alto, a trabalhar mais 15 dias de borla, quero dizer, por obrigação. Não se vislumbra que vantagens traz tal medida para o país, a não ser que o valor desse trabalho imposto revertesse para o estado, partindo do principio que o Estado somos todos nós e que todos beneficiaríamos, mas com tanto ladrão será impossível. Assim, quem ganharia, ou ganhará, é a entidade patronal – que tem escravos oferecidos pelo governo Passos Coelho durante mais 15 dias. Imagina-se que isso contribuirá para mais uns “bólides” para as famílias de certos empresários, para mais remodelações de piscinas, de mansões, talvez até para umas prendinhas para certos partidos negreiros e seus dirigentes, etc.

Passos Coelho e o seu governo ditatorial, escolhido por maioria daqueles que foram votar – porque a verdadeira maioria dos portugueses não votou Passos Coelho, sendo que afinal ele representa uma minoria – faz o que considera por bem. E o bem para ele é explorar-nos enquanto pode e levar-nos ao fundo do poço da miséria. O bem para ele é fazer as devidas sangrias nas classes que toma por prontas a explorar, os pobres e a classe média principalmente. Curiosamente, classe média que nele votou embalada e enganada que foi naquele chorrilho de mentiras que durou meses e produziu uma lavagem ao cérebro dos que estavam irados com José Sócrates. Nem pensaram que estavam a hipotecar as liberdades, dignidade, democracia, justiça e futuro. Eis o resultado.

Sócrates já se foi e sabe-se há muito que não é o único responsável por sermos governados por um bando de mentirosos e parasitas ressabiados das alas direitistas com sede de poder. Novos e velhos, de Belém a São Bento, Portugal está entregue aos poderes de quem conduz o país aos tempos da ditadura.

Isso mesmo percebemos quando um ministro das polícias, dito de Administração Interna, quer fazer da vigilância vídeo do país algo que é inconstitucional e que foi reprovado pela respectiva Comissão. Vai daí o ministro diz que vai perseguir os seus objetivos. Certo que está de conseguir violar o que é garantia constitucional. E ninguém duvide que ele vai mesmo conseguir. Igualmente um bom vai daí para Miguel Relvas, um ditador após a pele visível, que diz que o seu parceiro ditador Obiang, da Guiné Equatorial, será bem-vindo à CPLP. Evidentemente que sim. Mais ditador, menos ditador, que diferença fará?

Vai daí prepara-se tudo e mais alguma coisa para enquadrar ainda mais a comunicação social e a própria internet numa malha de censura democrática. Cujo significado fica-se pela simples censura.

Vai daí, gozando da possibilidade oferecida por esta direita ressabiada que ocupa Belém e São Bento - que alastra com os boys e girls pelo país, o diretor da PSP sentiu-se à vontade para falar com modos de antigamente, mostrando-se uma reles cópia dos tempos salazarentos das PIDEs e das polícias de choque do capitão Maltês. Reles porque nem o Maltês nem o Silva Pais davam preleções ridículas perante a comunicação social. Não davam. Mas, vai daí, o diretor da PSP nem escondeu que tinha polícias à civil entre os manifestantes contestatários às políticas do governo que serve – depreende-se que em qualquer manifestação. O que ele não disse foi que esses polícias têm de desempenhar as funções de agitadores, que é para dar uso aos escudos e bastões, ou pistolas, aos gazes e o que mais tiver de parafernália contra o povinho. Sobre isso nem uma palavra. Existem os vídeos e as fotografias dos tais agentes à civil que até vimos serem agitadores na última manifestação frente ao Parlamento de São Bento. Ou não serão agentes e todos nós estamos errados? Porque não desmentem? Porque esse ministro das polícias tão “democrata” não nos vem garantir que os indivíduos das fotos e dos vídeos não são agentes da PSP ou de outra polícia qualquer? E se não são porque razão estão em várias fotos em perfeita harmonia com os seus colegas PSPs? Perdão, colegas não… Talvez conhecidos… Ou talvez nem isso. Estavam por ali, por acaso, misturados com a polícia. Os malandrecos.

Será bem recordar ao diretor da polícia que os portugueses com melhor memória e passado sofredor nos tempos da ditadura conhecem muito bem todos esses métodos ilegais, ainda agora, para gerarem violência e desacreditar os que contestam com toda a razão as políticas antinacionais e desumanas impostas pelo regime do governo que o diretor da PSP serve. Será bem que os mais novos atentem nas experiência desses antifascistas e democratas e não se deixem ludibriar com tais métodos. Métodos desonestos e ilegais, reveladores de uma direção de polícia que cheira demais a “antigamente”. Aliás, o modo como o diretor falou, após a manifestação do dia da greve geral, foi esclarecedor do que lhe vai na mente e nas intenções. Portugueses houve que julgaram estar nos tempos de Salazar-Caetano. Ainda não, mas está quase.

Tudo isto é fruto de uma direita ressabiada que vai fazer-nos suar as estopinhas e se precisar também fará jorrar sangue. Recordem o passado, atentem no presente, previnam o futuro, para que o tempo não volte para trás. Votar para trás é o refrão que os que atualmente detêm o poder repetem e vão pondo em prática. Não estão a dar por isso?

sábado, 3 de dezembro de 2011

CAXINEIROS, COM A MORTE NA ALMA POR COMPANHIA



Por Dora Manta Pereira

Pescadores de Caxinas, Vila do Conde, fintaram a morte por milímetros. A informação da RTP mostrou muito bem e em exclusivo, algumas das reportagens, como foi e o que sofreram aqueles pescadores que com um grande quinhão de sorte escaparam com vida depois do barco em que trabalhavam se ter afundado. Passaram dias numa balsa a tiritar de medo, de frio, já sem esperança, nas palavras de um dos náufragos entrevistados.

A reportagem de uma das entrevistas tinha por cenário o interior de um autocarro e um jovem pescador que com olhos aparentemente incrédulos, por estar vivo, mostrava a quem o via a sua condição humilde e esforçada, em trabalho duro mas sempre mal remunerado. Pescador, profissão perigosa.

Quem correrá sistematicamente mais riscos nas suas profissões senão estes homens, pescadores, ou os operários da construção civil e de outras profissões que quase sempre são muito mal remunerados. Operários da industria naval e outras incluídos neste rol infindável de profissões com riscos elevados de acidentes mortais ou de gravidade que inclui amputações, paraplegias, etc. E recebem subsídios de risco? Acaso têm sistemas de saúde exclusivos com um grande rol de benefícios para eles e para os familiares? Não. Mas deverá ficar claro que as suas profissões são de bastante risco. Pelas estatísticas, assim de cor, poderemos dizer que em média, de três em três dias, há um acidente mortal que abrange quase sempre estas profissões.

Entretanto vimos polícias a reivindicarem isto, aqui e aqueloutro. E até vimos outros de outras profissões muito mais privilegiadas reivindicar, reivindicar. Parece que quanto mais têm mais querem. O que não será errado se tiverem pouco. Pergunte-se: quantos polícias no estrito cumprimento da profissão morrem? Qual é a média? Sem recorrer a estatísticas sabemos que é uma média ínfima se compararmos com os acidentes de trabalho noutras profissões operárias. Podemos concluir que não tem cabimento os polícias e similares receberem subsídios de risco? Decerto que não se fosse reconhecido e posto em prática o mesmo para determinadas profissões e exercício de determinadas funções arriscadas na construção civil e noutras profissões operárias. Por exemplo. Não é o que acontece, antes pelo contrário. Além de quase sempre existir falta de segurança no trabalho também a segurança quanto à sustentabilidade desse emprego é nula. Quem viu polícias caírem no desemprego às dezenas? Antes pelo contrário, cada vez há mais recrutamento de polícias. Quem vê milhares, dezenas de milhares de operários caírem no desemprego? Todos nós.

Esta mentalidade de determinados indivíduos, quase todos, que tiraram aquilo a que chamam um curso superior – vá-se lá saber porque o consideram superior –, verem a plebe como carne para canhão e pronta a explorar é a principal causa da falta de segurança a que os trabalhadores em profissões de risco têm de se sujeitar, assim como as péssimas remunerações e outras más condições de trabalho. Foi, é, e será – enquanto nada for corrigido – a razão porque há pescadores que morrem mas que podiam ainda hoje estar entre nós, entre os seus familiares e amigos. Aos que vão para o mar não lhes é proporcionada a segurança adequada. Alega o governo e os organismos que tutelam a pesca que “é a crise, que não há uns quantos milhões” para dotar de equipamento adequado as embarcações e um sistema avançado de sinalização. Pois será. Será uma estulta desculpa que já ouvimos há imenso tempo. Entretanto há quase cem mil euros para um automóvel para um ministro, e para outro além, e mais além… Entretanto Paulo Portas “perdoou”cerca de 190 milhões de euros a uns quantos com quem fez negociata com submarinos, digo, com uns Pandurs – carros de combate. Entretanto os políticos que nos parasitam desbundam. Entretanto viajam a eito para aqui e para ali. Entretanto inventam cargos para os amigos, sobrinhos e enteados, se for conveniente. Muitas vezes até é.

Não deixa de ser curioso que os que mais se revelam gananciosos são exatamente aqueles que se dizem com cursos superiores. Esses mesmos que na construção civil, por exemplo, são doutores e engenheiros de topo, são gestores e levam camiões TIR de euros para as suas contas bancárias sem que possamos compreender o que fizeram de tão mirabolante e produtivo para ganharem às centenas de milhares, aos milhões algumas vezes e por junto. Temos o exemplo de Jorge Coelho, um dos grandes gananciosos de Portugal e ex-colónias, dito socialista porque é militantes e foi dirigente do partido que teve e mereceu esse nome mas que já devia ter feito a respetiva e lógica correção porque de socialista nada tem e socialistas… Devem contar-se pelos dedos de uma mão. Isto com muito boa vontade. Obviamente que do social-democrata PSD… Se não fosse a crise até podíamos dar umas boas gargalhadas. E assim, por aí fora relativamente a outros partidos políticos.

São então estes senhores de cursos superiores que sabiamente dizem que para se crescer temos de empobrecer. Eles dizem: temos. Mas não empobrecem. Quem empobrece é o país. E o país é povo, não são esses proxenetas de canudo. Diplomados em parasitarismo e ganância. São esses, que têm levado o país para o descalabro com as medidas que têm decretado. Caso de Cavaco Silva, entre outros, que contribuiu bastante para o caos em que está o setor da agricultura e das pescas em Portugal. E agora é Cavaco que diz que temos de ser auto-suficientes, sacudindo as suas responsabilidades… Como se todos nós esquecêssemos!

É por estas misérias de mentalidades doutorais e políticas que temos centenas de milhares de portugueses a tenir de fome frio. Número que cresce cada vez mais. Que chegará rapidamente aos milhões, se é que não está lá já. Entretanto nada é feito acerca das reformas injustificadamente elevadas. Cavaco recebe só… cerca de 10 mil euros mensais. Outros haverá que recebem mais. Por quase nada. E deputados e outros, reformados com 40 anos e menos. Que vão acumulando reformas e mais isto e aquilo. A gananciar, sempre a gananciar e a tirar o pão para a boca aos pescadores e outros plebeus que sem cursos superiores conseguem pôr-lhes na mesa a comidinha que eles consomem em opíparos banquetes. Os pescadores que vêem muitas vezes a morte a acenar-lhes, a puxá-los, como estes, de Caxinas, que tiveram a morte bem à vista.

Depois de Escrito

Não se infira sobre o que é afirmado acerca de certos e incertos ganaciosos e parasitas de cursos “superiores” e de “doutores e engenheiros” que o correr da pena leva tudo e todos na mesma consideração. Claro que há muitos licenciados e até doutorados que não fazem parte daquela raça maligna. Aliás, muitos deles e delas até são suas vítimas. Acabando por ser plebeus que estudaram para serem escravos, e há imensos nessas circunstâncias. Esses, que também sentem na pele o desemprego, a inutilidade de terem andado a queimar pestanas também são plebeus. Que o sintam sempre, mesmo quando um dia chegarem ao topo, se chegarem. Primem pela honestidade e pela justiça e decerto que teremos uma sociedade muito melhor.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A GREVE ESTÁ POR TODO O LADO E A PENÚRIA DE PORTUGAL TAMBÉM



Por Marco Orfeu e Melo

São passadas cerca de duas horas do dia 24, dia de greve geral em Portugal. A greve está na rua e por todo o lado, as principais cidades, como Lisboa e Porto, estão praticamente sem transportes antes da meia-noite. Mesmo os táxis, em Lisboa, parecem ter recolhido às suas garagens. Vá-se lá saber porquê. Visível é que há menos movimento na capital do que é normal. Informam que no Porto a cidade começou a recolher mais cedo a casa e que transportes é coisa que escasseia ou que nem há mesmo. A solução foi ir de boleia ou a pé para aqueles que saíram a horas mais tardias dos empregos. É a greve que está por todo o lado e a penúria de Portugal também.

Apesar de tudo não deixa de ser curioso que em sondagem da Marktest, de há dias, o PSD e Passos Coelho continuam com um alto nível de popularidade. A encomenda foi da TSF e do Diário Económico. Diz o site da TSF que aquilo a que chama o Barómetro Marktest mostra que “os sociais-democratas parecem imunes aos efeitos políticos da austeridade”, para além da sondagem revelar que o “PSD é o único partido em alta na comparação com Outubro, os sociais-democratas recuperam quase 4 pontos percentuais, convencem agora 45,4 por cento dos 804 inquiridos e deixam o PS a 26 pontos de distância.” Os restantes partidos políticos conseguem percentagens tão ínfimas que nem merece referir.

Esta técnica de sondagens é curiosa. Há milhões de pessoas que gostaria de saber, compreender, como têm o arrojo de chegar a estas conclusões relativamente às opiniões de um país de mais de dez milhões de habitantes inquirindo 804 pessoas. Interessante seria saber o que é que isto ao ser divulgado influencia, se é que influencia. Uma coisa é certa: há portugueses, neste e noutros casos, que tomam conhecimento destas sondagens reportam-se ao facto de habitarem num país de aldrabões, de corruptos, de vigaristas e se tiverem necessidade limpam o traseiro com o resultado das sondagens e não pensam mais nisso. Ou será que pensam?

O que se deve perguntar é como será possível tomar por certo o resultado deste denominado Barómetro vendo no quotidiano que uma vasta maioria está contra as medidas do governo. Vendo que uma vasta maioria considera os governantes mais mentirosos que os do governo de José Sócrates, que uma vasta maioria diz que só votaram em Passos Coelho porque acreditaram naquilo que disse em campanha eleitoral mas que afinal ele está a governar ao contrário daquilo que prometeu e que não há memória de tamanho aldrabão a ocupar o cargo de primeiro ministro. Assim sendo onde estão os inquiridos que podiam fazer descer o barómetro a Passos Coelho, não tendo de fazer subir obrigatoriamente os resultados dos outros partidos ou mesmo do PS? Ou é obrigatório escolher um? Qual é a técnica para chegar a estes valores? Cheira a manipulação, independentemente de alegarem que são métodos científicos. É que os portugueses estão a ficar na penúria e reportam as responsabilidades ao anterior governo, do PS, mas também consideram que este governo de Passos Coelho é terrível, para além de se saberem ludibriados por um mentiroso de alto calibre. E mesmo assim a popularidade do primeiro-ministro está em alta? Estranho.

Segundo este Barómetro Cavaco Silva volta a subir na popularidade. Outro milagre Marktest mas que podia ser de outra marca de sondagem qualquer… Assim como assim… Cavaco, a quem já chamam o Rolhas – porque parece que engole as ditas e pouco fala ou quando fala de nada adianta. Mas também subiu. Ele há coisas…

Contrariando a sondagem, o tal Barómetro, parece que a adesão à greve de hoje está para valer. Deve ser graças ao alto nível de popularidade de Passos Coelho, do PSD e de Cavaco Silva. Estranho.

MINISTRO À DEFESA E A FAZER VALER A FALTA DE MEMÓRIA

A fazer crédito em declarações do ministro da defesa, Aguiar Branco “Não se pode mudar na rua o que os portugueses decidiram nas urnas”. Referia-se o tal ministro à greve geral escassas horas antes do seu início.

Não importa para aqui o que ele mais pronunciou. Atentemos num facto: Aguiar Branco quis fazer valer os resultados eleitorais para legitimar as medidas drásticas e desumanas que estão a pôr Portugal e os portugueses na penúria. Votaram, temos uma maioria, podemos fazer aquilo que acharmos por bem (bem, para a sua corja) e de nada servem greves e manifestações, deve ser o que pensa.

A falta de memória de Aguiar Branco, e de todos que compõem o governo de Passos Coelho, é que conseguiram uma maioria de votos porque mentiram durante a pré-campanha e a campanha eleitoral. É liquido que compõem o maior bando de mentirosos, aliás, é como são conhecidos e referidos pelos portugueses. Há a acrescentar que Aguiar Branco e os seus associados do governo PSD-CDS também estão com falta de memória acerca da maioria que representa a abstenção e os outros partidos políticos – por mais pequenos que sejam. É que nos cerca de 10 milhões de eleitores os votos expressos para o PSD e CDS totalizaram 2.813.729 e as abstenções somaram 4.035.539, mais cerca de 200 mil de votos brancos e nulos. Os restantes partidos políticos no seu conjunto, incluindo o PS, representaram cerca de 3 milhões de votantes. Fácil será de compreender que a maioria do PSD-CDS é uma minoria se for tomado em consideração que há cerca de 7 milhões de portugueses que não contribuíram para a eleição do atual governo e que portanto ele não representa as suas vontades e perspetivas, antes pelo contrário. Relativamente a Cavaco Silva também acontece o mesmo, ainda pior. Tomou posse como presidente da república por uma eleição ínfima em números de votantes seus, salvo erro nem 2 milhões atingiu. É o método, é a democracia que não é democracia alguma mas está a ser a que convém aos interesses instalados, adversos a Portugal e aos portugueses. Acontece neste país como noutros.

Regressando à teoria de Aguiar Branco, afinal é na rua que pode estar a maioria per capita e não nos resultados que o ministro à defesa evocou, quer isso dizer que se pode mudar na rua as tramas que o governo de Passos tem feito valer e nos pôs na penúria, com o agravante de dizerem e nós sabermos que os sacrifícios, a miséria, a fome, o desemprego, ainda vão agravar-se muito mais.

Independentemente das regras impostas nesta pseudo democracia o que é facto é que a maioria dos portugueses, dois terços dos cidadãos com capacidade eleitoral não votaram em PSD-CDS, nem aprovam que passem de pobres a terrivelmente pobres, a miseráveis. Que é para onde Passos está a levar a maioria dos portugueses. Assim sendo a que representatividade de facto recorre Aguiar Branco? Acresce a razão de Passos Coelho ter sido o maior mentiroso que ocupa a cadeira de primeiro-ministro e ter recorrido a uma campanha eleitoral completamente enganosa, criminosa, porque razão não deve o governo ser sensível ao que a maioria requer e manifesta nesse sentido? Mas que democratas são estes enfatuados que nos querem continuar a enganar, depois de tanta mentira, dizendo mais mentiras e fazendo declarações sob parâmetros por eles criados para se valerem e fazerem valer as vontades de minorias.

Se tiver que ser na rua, pois que se mude o que tiver de ser mudado. Que prevaleça a vontade da maioria de facto e não a maioria que sendo minoria governa o país rumo à miséria.

domingo, 20 de novembro de 2011

SÓ É ENGANADO MAIS QUE UMA VEZ QUEM QUER... OU É TONTO



 
Por Flávia Buceta Martins


Não faço a mínima ideia em que manuais de economia foram rebuscar os princípios de que temos de ficar miseráveis para que depois possamos enriquecer (crescer). Se assim fosse certamente que os detentores de grandes fortunas optariam por ciclicamente miserabilizarem-se, talvez alienando as fortunas, para depois partirem da estaca zero e voltarem a enriquecer e desfrutarem de fortunas muito maiores que as que detinham anteriormente. Que se saiba não é isso que umas poucas de dezenas de afortunados portugueses fazem. Nem é a prática dos mil e tantos ultramilionários que detêm dois terços do poderio económico e financeiro mundial.

Se bem ouvimos, e de certeza absoluta que escutámos bem, Passos Coelho, provado mentiroso inato, foi isso que disse não há muitos dias. Grosso modo disse que tínhamos de “empobrecer para depois crescermos” (enriquecer). A teoria talvez tenha sido emprestada a Passos Coelho por um dos super economistas que o têm acompanhado nesta devassa de nos miserabilizar para que uns quantos possam enriquecer ainda mais. E esses quantos até podem nem ser todos portugueses. Aliás, não são todos. Os da troika, funcionários ao serviço da alta finança mundial devem concordar com a teoria, até talvez tenham sido eles a venderem a ideia cobrando juros altíssimos – porque eles não fazem nada de borla – e o mentecapto Passos Coelho aderiu e tem vindo a pôr em prática a super lição dos agiotas da troika e dos agiotas e imbecis que a seu lado compõem o desgraçado governo PSD-CDS, apadrinhado pelo esfíngico capanga Cavaco Silva. Um presidente, uma maioria, um governo que nos pisa e repisa, que nos desgraça com a candura de diabos à solta rumo ao descalabro nacional, como é vontade de muitos da laia de Ângela Merkel, uma refinada alemã de leste que procura sobrepor-se à democracia, à solidariedade, à unidade igualitária dos países, povos e líderes que acalentaram o sonho de uma Europa Unida.

Devido a estarmos a seguir a par e passo, diria que passos à frente, a receita dos agiotas da troika, mais de metade dos portugueses já estão na miséria, dentro em pouco outros seguirão o mesmo caminho. Famílias perdem empregos, famílias perdem casas, a fome já é em números enormes, os sem-abrigo crescem nas estatísticas e de facto, as instituições vêm dando os alarmes insistentemente e Passos Coelho assobia para o lado e diz baboseiras como as que lhe ouvimos frequentemente. A indiferença de Cavaco Silva enquanto presidente da República é assombrosa. Ele de vez em quando fala e diz uma ou outra coisa que nos agrade escutar mas aquilo não passa de mera hipocrisia porque o caminho desta maioria, deste governo e deste presidente é aquele que nos levará ao fundo, ao esclavagismo, ao descalabro que foi combatido e derrubado em Abril de 1974 e começado destruído logo no dia seguinte por vilões da espécie de Passos Coelho e Cavaco Silva. Refiro-os pela simples razão de serem os protagonistas mais notórios em todo este processo de nos miserabilizar, explorar e oprimir.

A realidade é bem clara e evidente. Os portugueses não têm que ter dúvidas sobre as intenções da troika nem dos portugueses ao seu serviço e ao serviço da alta finança mundial. Sensato e imprescindível para a nossa sobrevivência enquanto povo e país é tomar as atitudes corretas que transmitam claramente aos obreiros da nossa desgraça que os sacrifícios que nos têm imposto já são demais, que têm um limite, e que é hora de recuarem e escutarem a agonia em que os portugueses sobrevivem. No próximo dia 24 teremos oportunidade de fazer notar que estamos fartos de miséria e deste enorme défice de justiça e de democracia. Portugal não se libertou do salazarismo para agora voltar a ter de se submeter a regime idêntico com a capa cínica de democracia. Todos sabemos que a resposta a dar é um rotundo não à atual situação, aderindo conscientemente à greve geral que dentro de quatro dias poderá dar o sinal inequívoco de que os portugueses não estão mais dispostos a ceder nem a acreditar em mentiras de Passos Coelho, dos do seu bando, nem em Cavaco Silva. Queremos democracia, queremos justiça, queremos liberdade. Não queremos o esclavagismo que nos está a ser imposto.

sábado, 19 de novembro de 2011

BOA VIDA, A DOS VIAJANTES À CUSTA DA MISÉRIA DE MILHÕES



Aires Melon Pereira

Raramente se passa um dia sem que os políticos na generalidade ou membros do governo e o presidente da república em particular não afirmem e nos recordem (como se pudéssemos esquecer) que temos entre mãos e pés uma grande crise. Este “temos” decerto que se refere exclusivamente a nós, não aos que são os que mais ordenam, governo e presidente - com toda a casta de golpistas do tal “mercado” que nos impôs uma ditadura.

Se estamos em crise não parece, por eles tanto viajarem. Paulo Portas, ministro dos negócios estrangeiro quase não o vimos em Portugal. Corre mundo. Decerto exageradamente, gastando em demasia e com menos proveito. Cavaco Silva também anda num virote e num fartote de viajar e atravessar o Oceano Atlântico, para lá e para cá, por duas vezes em compasso de pouco mais de uma semana ou provavelmente nem isso. Primeiro foi à América do Sul, à reunião dos países ibero-americanos, regressou a Portugal, para logo de seguida se deslocar numa passeata aos EUA. Entretanto Passos foi ao Brasil e só depois para o encontro ibero-americano. E Paulo portas estava por lá, por todas ou quase todas.

Esta semana, para Passos Coelho foi tempo de Angola e mais nem sabemos bem o quê. Continente africano com ele! Entretanto Paulo Portas anda sempre com um pé num avião, outro noutro e a cabeça, pelos vistos, no ar. Isto somente para falar destes três personagens. Porque depois há os governantes ou mandados por esses que vão voando para aqui e para ali a ritmo assustador. Tal ritmo nem nos permite saber bem as razões porque viajam tanto. Que é uma loucura lá isso é.

Pergunta o cidadão comum a razão de tanta viajem. O que trouxe de mais valia ao país a viagem de Cavaco Silva aos EUA? Quanto foi gasto e suportado pelos portugueses sempre pagantes, pelos que têm mesmo de suportar e se necessário passar carências devido à crise? Era assim tão importante Cavaco Silva ir passear aos EUA? Para que foi? Para falar com Obama? Fazer-lhe uma visita de cortesia? Para visitar paragens de emigrantes portugueses nos EUA. Aqueles portugueses que tiveram de fugir do país por tanto serem maltratados pelo regime dito democrático? Que vantagem trouxe para o bem comum Cavaco passear-se? Decidiu alguma coisa de importante, fez render justamente a sua deslocação comparativamente ao despesismo que tal viagem implicou? É óbvio que não. Se assim não é, pois que expliquem racionalmente o que foi que o senhor de Belém foi fazer aos EUA que trouxesse vantagens para o país. E à cimeira ibero americana, o que foi lá fazer Cavaco Silva? Não é o governo que decide? Então para que foi lá Cavaco? Ou porque se juntaram lá tantos representantes de topo de Portugal, mais os assessores, assistentes, os mordomos, etc? Um só daqueles três, com o seu staff, não bastaria?

Disto acresce às despesas ajudas de custo de muitos milhares de euros. Quantos não sabemos. Ou não recebem ajudas de custo pelas deslocações? Certamente, e mais isto e aquilo. Qual o valor destas faturas? Seria possível evitar tais gastos? Certamente.

Angola. Pois Paulo portas ainda não há muito tempo esteve em Angola. Porque razão teve de lá deslocar Passos Coelho? O que lá foi fazer não podia ter sido conseguido de outro modo mais económico? Numa vídeo-conferência não conseguiriam, ele e Eduardo dos Santos, acertar o que houvesse para acertar. Porque razão teve de ir lá passear Passos Coelho? Ou terá sido Angola que pagou todas as despesas e Passos Coelho foi numa situação de verdadeiro pendura? Certamente que não. Certamente que estão a ir ao bolso dos portugueses com tantas passeatas. E isto é havendo a tal crise, fará se não existisse.

Pergunte-se ao fim de um ano quanto seria possível poupar nestas passeatas que certamente são estéreis no retorno de vantagens para Portugal e para os portugueses. Passeatas e mais passeatas… e os portugueses a andarem a pé e sem comer. Boa vida, a dos viajantes à custa da miséria de um povo.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

MARINHO PINTO, O BASTONÁRIO QUE INCOMODA PODERES INSTALADOS


Helena Brito Zenha

O Bastonário da Ordem dos Advogados é incomodo para gregos e troianos, para poderes instalados e a instalar. Muitíssimas vezes diz o que tem que dizer sem papas na língua, frontalmente. Aponta e comprova sem medos, sem olhar talvez às suas “conveniências nos negócios" que lhe poderiam assegurar um bom futuro financeiro e lugar de destaque, quiçá talvez na política. Mas ele não, Marinho Pinto atira-se aos cornos dos toiros com aquele ar encorpado e voz tonitruante enquanto a praça (o pais) faz silêncio ao ver touros desembolados, a medi-lo com olhos de quem lhe quer dar umas valentes marradas. E dão, só que com ferimentos de pouca monta, nem arranhões se podem classificar.

Não foram uma, nem duas, nem três vezes que Marinho Pinto já apontou determinadas facetas de deputados e eventuais lobbies que servem, mas daí nada acontece. Os políticos fazem ouvidos de mercador e lá vão aproveitando o tempo que passa para encherem os odres… No governo de José Sócrates também não houve meias-medidas e houve os que tiveram de comer e calar. Agora, Marinho Pinto está atento aos atuais políticos no poder. Ao dos do governo de Passos Coelho. A começar por uma prioridade, a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz.

Diz Marinho Pinto que "O sr. primeiro-ministro deve explicar o que se passa com o Ministério da Justiça para ser entregue a um escritório de advogados de Lisboa". Acusando a ministra da Justiça de “nomear amigos e familiares” para cargos no ministério que lidera. E justifica a acusação, exemplificando com a nomeação do advogado João Correia, que, segundo Marinho Pinto, é "cunhado da senhora ministra", para coordenador da Comissão da Reforma do Processo Civil. E nomeação do "sócio" de João Correia para chefe de gabinete de Paula Teixeira da Cruz, o também advogado Miguel Barros. Acrescentando que "o Ministério da Justiça foi praticamente entregue ao dr. João Correia" e que "se calhar a senhora ministra não era capaz de sozinha tomar conta daquele ministério" precisando "dos sócios, amigos e colaboradores do dr. João Correia". O bastonário disse "não saber" se "é porque João Correia é cunhado" de Paula Teixeira da Cruz "ou por outras razões", "mas que isto tem que ser explicado". Marinho Pinto referiu ainda a nomeação de Júlio Castro Caldas, "também sócio de João Correia" para "uma comissão de revisão do Código Penal", como exemplos. E desafia a ministra: "Ela que diga onde está a mentira".

Como o Bastonário disse: “O sr. Primeiro-ministro deve explicar o que se passa com o ministério da Justiça para ser entregue a um escritório de advogados de Lisboa”. E deve, Passos Coelho, o anjinho que mentiu aos portugueses como não há memória que algum político tivesse mentido – por isso chamarem a este governo um bando de mentirosos – deve uma explicação que se impõe rápida, principalmente porque era ele que acusava os seus antecessores de clientelismos, de jobs para os boys, etc. Vai-se a ver e temos mais do mesmo ou ainda muito pior. Compreensivelmente as oposições a este governo não falam no assunto nem exigem esclarecimentos. Quem tem telhados de vidro…

Sempre se soube desde o inicio que Paula Teixeira da Cruz não tem competência para ministrar seja em que pasta for. Paula Teixeeira da Cruz é uma amiga de longa data de Pedro Passos Coelho, ele sabe bem das limitações de que ela padece, mas é uma amiga… Passos foi o primeiro, neste caso e decerto noutros, a assegurar Job para a girl, independentemente de ela ser incapaz de levar por diante um ministério competente. Também por isso a ministra se rodeou de familiares e amigos, sempre lhe dão apoio… moral e está mais à vontade.

Não se espere que a Justiça, a tão malfada Justiça em Portugal, melhore com esta ministra e com a panóplia de amigos e familiares que rodeiam Paula Teixeira da Cruz. Esperemos o contrário e que naquele ministério e no setor tudo vá de mal a pior. Desta situação, vantagem e dividendos positivos serão beneficio da Paula Teixeira da Cruz e da sua trupe. Jobs for the boys and girls e mais aquilo que se sabe… Vantagens para Portugal e para os portugueses nenhumas, para eles é tudo à farta.

domingo, 13 de novembro de 2011

SE NÃO É GATO É GATA OU… ENRIQUECIMENTO CONVENIENTE




Por Bernardo Belo Cunha

O Procurador Geral da República, Pinto Monteiro, esteve presente no Congresso dos Advogados que este ano se realizou na Figueira da Foz. Verbalizou em declarações veiculadas pela comunicação social que “defende a introdução na legislação portuguesa de enriquecimento ilícito”. Ora outra coisa não seria de esperar do PGR numa legislação que tarda e que até todos nós sabemos a razão porque tarda. Olhemos os políticos e vejamos como enriquecem. Bem, mas talvez que não seja por cometimentos ilícitos, uma vez que os políticos e os seus lobbies têm a possibilidade de legislar de acordo com interesses que suspeitamos (?) não serem os que interessam à transparência, à honestidade, ao país, aos portugueses. Prossigo.

Mas, disse Pinto Monteiro, que essa legislação deve respeitar a Constituição. Saiba o PGR que os cidadãos não esperam outra coisa. Nem fará sentido legislar não respeitando a Constituição. Alertou Pinto Monteiro que quem enriquece ilicitamente deve ser punido mas que se a lei não respeitar a Constituição de nada serve. Ele especificou: "Que seja punido sim mas, obviamente, tem que se respeitar a Constituição. Para que é que serve o crime de enriquecimento ilícito aprovado na Assembleia da República se um juiz, logo de primeira instância, não o aplicar por o considerar inconstitucional?", inquiriu Pinto Monteiro. "Não serve de nada".

Aqui é que está o busílis. É que segundo afirmam entendidos o governo quer fazer valer uma lei que é inconstitucional… Ora, então, tudo indica que de nada serve, como diz o PGR, e qualquer um de nós percebe ser do interesse dos que enriquecem ilegal e ilegitimamente… Não deixa de ser curioso que o governo de Passos Coelho saiba que lança uma lei inconstitucional e que avance com ela contra tudo e contra todos, excepto contra os criminosos. É curioso, não é? Qual será o interesse de andarem na AR há tantos anos para gizar e aprovar uma lei que já tarda há décadas? Qual foi o interesse do PS? Qual será o interesse do CDS e do PSD? Haverá algum interesse?

Quem conhece o termo “Se não é gato é gata”? E a "fala" do Sherlock Holmes: "É evidente, meu caro Watson."?

sábado, 12 de novembro de 2011

SAUDOSISTAS APROVEITAM BACORADAS DE OTELO



Por Marco Orfeu e Melo

Otelo Saraiva de Carvalho, coronel reformado e figura de muita importância na estratégia e comando do 25 de Abril de 1974, mostrou-se descontente com este tipo de governação de Passos Coelho-Paulo Portas-Cavaco Silva. Vai daí, disse, entre outras coisas, que se mexerem demais com os militares pode vir a acontecer o derrube do governo por aqueles. Decerto através de um golpe de estado.

Otelo mostrou uma vez mais que depois de tantos anos nada aprendeu sobre comunicação. Otelo era e continua a ser um bronco. Talvez mesmo um inadaptado à democracia – o que é coisa que afeta bastantes militares habituados ao quero, posso e mando.

Otelo falou, usou de um direito que lhe assiste, deu a sua opinião, e logo apareceram uns titubeantes legalistas dizendo que o que disse pode ser encaixado numa qualquer prerrogativa de crime por o coronel estar a incitar à violência. Num título de jornal até podíamos ler que o PGR disse que sobre Otelo nada havia de inquérito, para já. Este para já é que cheira mesmo a Salazar. Inquérito porquê? Porque Otelo deu a sua opinião? E quem é que naquelas palavras (disparatadas e inconsequentes) consegue ver incitação à violência? Só um tipo que ignore que nem sequer em 1974 houve violência no derrube do fascismo salazarista. E também um tipo que ignore que Otelo teve funções de estratégia e coordenação nas horas mais importantes do golpe militar, horas e horas seguidas… e violência não houve. E agora é que ele estava a apelar e a incitar à violência? Não será que há aqueles cagarolas que querem penalizar o delito de opinião e que procuram pretextos em interpretações forçadas? Estamos a voltar ao antigamente? Pois estamos, como quem não quer que se perceba a coisa… estamos. Nada nos deverá admirar que Otelo e muitos outros, só por veicularem as suas opiniões sejam considerados criminosos. Os corruptos não o serão, certamente… e o PGR sabe isso muito bem. Como nem sonhamos.

Em publicação de hoje apareceu Otelo dizendo que gosta de dar umas pedradas no charco, pois claro, ele entendeu que dizendo o que disse ia fazer abanar uns quantos capacetes e pôr a funcionar uns quantos miolos. E só isso. É isso que significa uma ou várias pedradas no charco. Dar uns abanões com umas broncas. Para tal nada melhor que um bronco como Otelo.

Disse Vasco Lourenço, outro militar de Abril de 1974, que as declarações de Otelo foram disparatadas e que envergonhavam os militares de Abril. Por favor, que exagero. Os militares de Abril estão no topo da consideração dos portugueses desses tempos e não será por bacoradas de Otelo que perdem o valor e a alta consideração que merecem. Quanto às novas gerações… os militares de Abril nada significam. Não, porque os jovens e portugueses talvez até aos 50 anos não sabem o que é viver em regime ditatorial. Por isso, porque de geração para geração existe uma coisa chamada "apagar a memória", é que Passos Coelho é primeiro-ministro, e José Sócrates fez o mal que fez a este país. E antes dele assistimos às palhaçadas de Cavaco, de Durão Barroso, Santana Lopes... Por isso é que temos em Portugal um indivíduo na presidência da república que cheira por todos os poros como um Salazar deste século. Falso como Judas. Por isso é que estamos a passar mal e a ver destruírem todas as conquistas democráticas que fez de Portugal uma referência positiva aos olhos do mundo, com um povo pacífico que depois de 50 anos de ditadura usou cravos nos canos das armas. Só por isso as bacoradas de Otelo foram mesmo só isso, os tratantes no governo e nos outros poderes que não arranjem desculpas com isto para instalar a repressão inconstitucional e antidemocrática. Delito de opinião é coisa que não existe em democracia, só nas mentes saudosistas dos de “antigamente”.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

PESADELO A QUANTO OBRIGAS


    Por Sandra Duarte Bobone

Em Portugal, na Assembleia da República, no Parlamento, tem sido hoje dia de discussão e dissertações sobre o OGE que crucificará ainda mais os portugueses de menores recursos e também os portugueses da classe média baixa, da classe média-média e média-alta. Os ricos não estão dispostos a pagar a crise e assim sendo não a vão pagar, independentemente de serem ou não causadores dessa mesma crise.

Assistimos no Parlamento de Portugal a verdadeiras diatribes sobre o sexo dos anjos entre os deputados dos partidos do arco do poder, até hoje exercido pelo PS, PSD e CDS, em vez de abordagens sérias e propostas reais de contenção de despesas a recair sobre os que também têm imensas responsabilidades no escoar dos bens públicos; os políticos, os gestores aliados a esses mesmos políticos, os assessores, etc., etc. Salientemos aqui que também os reformados da política, os deputados, estão englobados na afirmação anterior. Esses e mais uns quantos seus congéneres, que esta ou aquela razão lhes são associados de facto ou nas circunstâncias.

Na verdade o orçamento é um tratado e oficialização inconstitucional de esclavagismo para os trabalhadores portugueses, uma condenação à doença e à fome dos já reformados e de mais idade, um convite aos mais jovens para que se excluam do país, que emigrem – assim declarado abertamente pelo governo – um ataque às famílias, à sua estabilidade e educação dos seus filhos, um declarar de desprezo pelos direitos das crianças e seu saudável crescimento e formação. Há crianças que já hoje chegam às escolas e declaram não terem jantado após saírem das escolas, nem terem tomado o pequeno almoço nas suas casas. Ou seja, estão quase 24 horas sem uma refeição, restando-lhes o almoço limitado que algumas escolas lhes proporcionam gratuitamente através do SASE, Serviços de Ação Social Escolar.

Das medidas anunciadas e implícitas neste OGE, que será aprovado pela maioria partilhada entre PSD e CDS, não vimos contenção correspondente aos sacrifícios impostos aos portugueses sobre as reformas imorais de 10 mil euros e mais que muitos recebem por mês. Quem? Aníbal Cavaco Silva, por exemplo – a sua reforma ronda quantia de poucas dezenas de euros a perfazer menos de 10 mil. Uma medida de contenção a estes abusos deveria ser na ordem dos 50 por cento ou mais em redução. Deveria existir um teto máximo para as reformas mais altas e esse nunca deveria ser maior que os 4 mil euros. Qualquer reformado com essa quantia pode manter a sua vida com dignidade, sabendo-se que esses que imoralmente recebem reformas avultadas anteriormente e de momento acumularam e acumulam riqueza bastante para viverem como nababos.

Também os deputados reformados devem ver as suas reformas - e mordomias que para eles reservaram abusivamente - diminuídas a mais de metade, o mesmo para os ex-presidentes da república, ex-ministros e outros ex que como sanguessugas depauperam os bens públicos sem a menor vergonha.

A quantidade de deputados que existem no parlamento de Portugal é injustificado, um número mais reduzido seria o ideal, assim como a redução de 40 porcento daquilo que mensalmente auferem em ordenado estipulado e alcavalas que em muitos casos superam escandalosamente os vencimentos-base. Não se trata só de limitar as despesas da Assembleia da República, como o primeiro ministro Passo Coelho já referiu, mas sim de levar decência e moralidade àquilo que os deputados devem receber pelo seu trabalho em prol da democracia e do país. Mas essas medidas não são contempladas neste OGE, nem por sonhos Passos Coelho nem o seu governo, ou os partidos que lhe afetos e que detêm a maioria se lembram de levar àquela casa, a AR, a equidade, a justiça, a democracia. Nem em nome da crise porque afinal a crise é só para os portugueses que não fazem parte do mosaico político partidário afeto aos que detém ou detiveram o poder ao longo destas quase 4 décadas pós 1974. Se este governo – e outros anteriores – fosse honesto já teria tomado esse tipo de decisões e muitas outras mais que verdadeiramente pusessem termo às enormes injustiças que vitimam os portugueses em beneficio de uma minoria de verdadeiros sanguessugas. Sob o pretexto da crise Portugal adormecido está a reviver um verdadeiro pesadelo e a democracia já foi.

Sem dificuldade podemos concluir que este governo usa a mesma estratégia de todos os outros: os ricos não pagam a crise… nem os políticos, tecnocratas ou amigos dos partidos que detêm os poderes atuais. Por isso não há moralidade e aqueles que têm direito a comer são sempre os mesmos, só alguns. Todos os outros não comem mas pagam. A isto chama-se parasitarismo. E é grande, o que se instalou na política daqueles partidos e dos seus clientelismos. Um enorme pesadelo.

Temos portanto a perspetiva mais que certa de que muita miséria e fome vão vitimar os portugueses. Começou pelos que sofriam de maiores carências, que agora já são portugueses completamente famintos e sem teto e já se propaga a toda a velocidade aos se julgavam da classe média baixa e até à classe média-média. Os da média alta ainda não estão a sentir verdadeiramente a crise mas a partir de Janeiro decerto que a vão sentir, sem que por isso lhes caia as paredes na lama. Na lama já estão quase metade da população portuguesa e esses números irão aumentando significativamente a cada mês de 2012. O que se pode esperar de mais um governo que exclui alguns eleitos (por eles) para nem sequer sentirem o bafo da crise e ainda beneficiarem com ela se possível? E tem sido possível.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

FOME EM PORTUGAL, O PIOR ESTÁ PARA ACONTECER


Por Aires Melon Pereira

A questão que se põe aos portugueses prende-se com nem querer saber a verdade sobre a crise que existe, alegadamente por responsabilidade de todos. A maioria não acredita que seja de sua responsabilidade que o país está endividado mas faz de conta que acredita naquilo que os políticos dizem e vai aceitando as medidas de austeridade que todos os dias empurra os portugueses para a miséria.

Foi notícia ainda há dias que as escolas estão a deparar com a presença de alunos que vão para as aulas com fome, com "insuficiência alimentar" - o eufemismo é  também usado pelo presidente da república, Aníbal Cavaco Silva. Sobre isso nem uma palavra foi dita pelo atual primeiro ministro, Pedro Passos Coelho. Considerando a iletracia e o analfabetismo dos portugueses muitos haverá que não entendem o que quererão dizer. Seria mais simples e entendivel para todos se usassem a palavra fome porque é disso que se trata, é isso que acontece: há crianças que vão para as aulas, para as escolas, com fome. Há fome em Portugal e não são só as crianças, nem os velhos, que dela padecem. É curioso porque quando Aníbal Cavaco Silva era primeiro ministro - por mais de 10 anos - também a fome se instalou em Portugal. Que o diga a região de Setúbal, do Alentejo, da Grande Lisboa... Agora que é presidente da república, que o partido que comanda pelos bastidores também está no poder... voltou a existir fome com larga incidência em Portugal. Coincidências.

Em outro dia de parlamento a discutir o Orçamento de Estado e de citações de números e mais números, de milhões e mais milhões, de biliões e mais biliões, ficam os portugueses a saber que a situação vai agravar-se muito mais e que se agora existe fome muito mais irá haver. Que se existe bastante miséria, muito mais haverá no ano que vem, e no outro, e no outro... Até que aconteça "milagre" se acaso os portugueses continuarem passivos como zumbis e não exigirem o abandono desta senda de austeridade injusta sempre para os mesmos. É mais que tempo de exigir mais e maior justiça nos sacrifícios que estão a esmagar os portugueses através das carências múltiplas causadas pela carestia, arquitetada  e posta em prática por Passos Coelho, um marioneta de poderes ocultos, e todos que são conhecidos como governantes deste desastre nacional - os políticos em que os portugueses votaram e têm votado, dentro do desgraçado "arco dos partidos da governação" conhecidos por PS, PSD, CDS. O que muda são as siglas, de algum modo o palavreado utilizado e pouco mais. As mentiras são a prática destes políticos que se mostram agremiados em associação criminosa e lesa pátria, a governação é sempre a mesma e os conhecidos mafiosos também.  Nem mudam nos seus clientelismos.

É aos portugueses que compete fazer com que tudo seja diferente e que os métodos passem a usar a honestidade como prática em vez das práticas destes políticos desonestos que legislam a seu favor, dos lobies que representam, entre imensidões de outros interesses que têm a maioria de responsabilidades na divida que dizem ser causa de todos nós. Que não é, mas que pagamos com desemprego, miséria e fome, perdão: insuficiência alimentar.