quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A GREVE ESTÁ POR TODO O LADO E A PENÚRIA DE PORTUGAL TAMBÉM



Por Marco Orfeu e Melo

São passadas cerca de duas horas do dia 24, dia de greve geral em Portugal. A greve está na rua e por todo o lado, as principais cidades, como Lisboa e Porto, estão praticamente sem transportes antes da meia-noite. Mesmo os táxis, em Lisboa, parecem ter recolhido às suas garagens. Vá-se lá saber porquê. Visível é que há menos movimento na capital do que é normal. Informam que no Porto a cidade começou a recolher mais cedo a casa e que transportes é coisa que escasseia ou que nem há mesmo. A solução foi ir de boleia ou a pé para aqueles que saíram a horas mais tardias dos empregos. É a greve que está por todo o lado e a penúria de Portugal também.

Apesar de tudo não deixa de ser curioso que em sondagem da Marktest, de há dias, o PSD e Passos Coelho continuam com um alto nível de popularidade. A encomenda foi da TSF e do Diário Económico. Diz o site da TSF que aquilo a que chama o Barómetro Marktest mostra que “os sociais-democratas parecem imunes aos efeitos políticos da austeridade”, para além da sondagem revelar que o “PSD é o único partido em alta na comparação com Outubro, os sociais-democratas recuperam quase 4 pontos percentuais, convencem agora 45,4 por cento dos 804 inquiridos e deixam o PS a 26 pontos de distância.” Os restantes partidos políticos conseguem percentagens tão ínfimas que nem merece referir.

Esta técnica de sondagens é curiosa. Há milhões de pessoas que gostaria de saber, compreender, como têm o arrojo de chegar a estas conclusões relativamente às opiniões de um país de mais de dez milhões de habitantes inquirindo 804 pessoas. Interessante seria saber o que é que isto ao ser divulgado influencia, se é que influencia. Uma coisa é certa: há portugueses, neste e noutros casos, que tomam conhecimento destas sondagens reportam-se ao facto de habitarem num país de aldrabões, de corruptos, de vigaristas e se tiverem necessidade limpam o traseiro com o resultado das sondagens e não pensam mais nisso. Ou será que pensam?

O que se deve perguntar é como será possível tomar por certo o resultado deste denominado Barómetro vendo no quotidiano que uma vasta maioria está contra as medidas do governo. Vendo que uma vasta maioria considera os governantes mais mentirosos que os do governo de José Sócrates, que uma vasta maioria diz que só votaram em Passos Coelho porque acreditaram naquilo que disse em campanha eleitoral mas que afinal ele está a governar ao contrário daquilo que prometeu e que não há memória de tamanho aldrabão a ocupar o cargo de primeiro ministro. Assim sendo onde estão os inquiridos que podiam fazer descer o barómetro a Passos Coelho, não tendo de fazer subir obrigatoriamente os resultados dos outros partidos ou mesmo do PS? Ou é obrigatório escolher um? Qual é a técnica para chegar a estes valores? Cheira a manipulação, independentemente de alegarem que são métodos científicos. É que os portugueses estão a ficar na penúria e reportam as responsabilidades ao anterior governo, do PS, mas também consideram que este governo de Passos Coelho é terrível, para além de se saberem ludibriados por um mentiroso de alto calibre. E mesmo assim a popularidade do primeiro-ministro está em alta? Estranho.

Segundo este Barómetro Cavaco Silva volta a subir na popularidade. Outro milagre Marktest mas que podia ser de outra marca de sondagem qualquer… Assim como assim… Cavaco, a quem já chamam o Rolhas – porque parece que engole as ditas e pouco fala ou quando fala de nada adianta. Mas também subiu. Ele há coisas…

Contrariando a sondagem, o tal Barómetro, parece que a adesão à greve de hoje está para valer. Deve ser graças ao alto nível de popularidade de Passos Coelho, do PSD e de Cavaco Silva. Estranho.

MINISTRO À DEFESA E A FAZER VALER A FALTA DE MEMÓRIA

A fazer crédito em declarações do ministro da defesa, Aguiar Branco “Não se pode mudar na rua o que os portugueses decidiram nas urnas”. Referia-se o tal ministro à greve geral escassas horas antes do seu início.

Não importa para aqui o que ele mais pronunciou. Atentemos num facto: Aguiar Branco quis fazer valer os resultados eleitorais para legitimar as medidas drásticas e desumanas que estão a pôr Portugal e os portugueses na penúria. Votaram, temos uma maioria, podemos fazer aquilo que acharmos por bem (bem, para a sua corja) e de nada servem greves e manifestações, deve ser o que pensa.

A falta de memória de Aguiar Branco, e de todos que compõem o governo de Passos Coelho, é que conseguiram uma maioria de votos porque mentiram durante a pré-campanha e a campanha eleitoral. É liquido que compõem o maior bando de mentirosos, aliás, é como são conhecidos e referidos pelos portugueses. Há a acrescentar que Aguiar Branco e os seus associados do governo PSD-CDS também estão com falta de memória acerca da maioria que representa a abstenção e os outros partidos políticos – por mais pequenos que sejam. É que nos cerca de 10 milhões de eleitores os votos expressos para o PSD e CDS totalizaram 2.813.729 e as abstenções somaram 4.035.539, mais cerca de 200 mil de votos brancos e nulos. Os restantes partidos políticos no seu conjunto, incluindo o PS, representaram cerca de 3 milhões de votantes. Fácil será de compreender que a maioria do PSD-CDS é uma minoria se for tomado em consideração que há cerca de 7 milhões de portugueses que não contribuíram para a eleição do atual governo e que portanto ele não representa as suas vontades e perspetivas, antes pelo contrário. Relativamente a Cavaco Silva também acontece o mesmo, ainda pior. Tomou posse como presidente da república por uma eleição ínfima em números de votantes seus, salvo erro nem 2 milhões atingiu. É o método, é a democracia que não é democracia alguma mas está a ser a que convém aos interesses instalados, adversos a Portugal e aos portugueses. Acontece neste país como noutros.

Regressando à teoria de Aguiar Branco, afinal é na rua que pode estar a maioria per capita e não nos resultados que o ministro à defesa evocou, quer isso dizer que se pode mudar na rua as tramas que o governo de Passos tem feito valer e nos pôs na penúria, com o agravante de dizerem e nós sabermos que os sacrifícios, a miséria, a fome, o desemprego, ainda vão agravar-se muito mais.

Independentemente das regras impostas nesta pseudo democracia o que é facto é que a maioria dos portugueses, dois terços dos cidadãos com capacidade eleitoral não votaram em PSD-CDS, nem aprovam que passem de pobres a terrivelmente pobres, a miseráveis. Que é para onde Passos está a levar a maioria dos portugueses. Assim sendo a que representatividade de facto recorre Aguiar Branco? Acresce a razão de Passos Coelho ter sido o maior mentiroso que ocupa a cadeira de primeiro-ministro e ter recorrido a uma campanha eleitoral completamente enganosa, criminosa, porque razão não deve o governo ser sensível ao que a maioria requer e manifesta nesse sentido? Mas que democratas são estes enfatuados que nos querem continuar a enganar, depois de tanta mentira, dizendo mais mentiras e fazendo declarações sob parâmetros por eles criados para se valerem e fazerem valer as vontades de minorias.

Se tiver que ser na rua, pois que se mude o que tiver de ser mudado. Que prevaleça a vontade da maioria de facto e não a maioria que sendo minoria governa o país rumo à miséria.

domingo, 20 de novembro de 2011

SÓ É ENGANADO MAIS QUE UMA VEZ QUEM QUER... OU É TONTO



 
Por Flávia Buceta Martins


Não faço a mínima ideia em que manuais de economia foram rebuscar os princípios de que temos de ficar miseráveis para que depois possamos enriquecer (crescer). Se assim fosse certamente que os detentores de grandes fortunas optariam por ciclicamente miserabilizarem-se, talvez alienando as fortunas, para depois partirem da estaca zero e voltarem a enriquecer e desfrutarem de fortunas muito maiores que as que detinham anteriormente. Que se saiba não é isso que umas poucas de dezenas de afortunados portugueses fazem. Nem é a prática dos mil e tantos ultramilionários que detêm dois terços do poderio económico e financeiro mundial.

Se bem ouvimos, e de certeza absoluta que escutámos bem, Passos Coelho, provado mentiroso inato, foi isso que disse não há muitos dias. Grosso modo disse que tínhamos de “empobrecer para depois crescermos” (enriquecer). A teoria talvez tenha sido emprestada a Passos Coelho por um dos super economistas que o têm acompanhado nesta devassa de nos miserabilizar para que uns quantos possam enriquecer ainda mais. E esses quantos até podem nem ser todos portugueses. Aliás, não são todos. Os da troika, funcionários ao serviço da alta finança mundial devem concordar com a teoria, até talvez tenham sido eles a venderem a ideia cobrando juros altíssimos – porque eles não fazem nada de borla – e o mentecapto Passos Coelho aderiu e tem vindo a pôr em prática a super lição dos agiotas da troika e dos agiotas e imbecis que a seu lado compõem o desgraçado governo PSD-CDS, apadrinhado pelo esfíngico capanga Cavaco Silva. Um presidente, uma maioria, um governo que nos pisa e repisa, que nos desgraça com a candura de diabos à solta rumo ao descalabro nacional, como é vontade de muitos da laia de Ângela Merkel, uma refinada alemã de leste que procura sobrepor-se à democracia, à solidariedade, à unidade igualitária dos países, povos e líderes que acalentaram o sonho de uma Europa Unida.

Devido a estarmos a seguir a par e passo, diria que passos à frente, a receita dos agiotas da troika, mais de metade dos portugueses já estão na miséria, dentro em pouco outros seguirão o mesmo caminho. Famílias perdem empregos, famílias perdem casas, a fome já é em números enormes, os sem-abrigo crescem nas estatísticas e de facto, as instituições vêm dando os alarmes insistentemente e Passos Coelho assobia para o lado e diz baboseiras como as que lhe ouvimos frequentemente. A indiferença de Cavaco Silva enquanto presidente da República é assombrosa. Ele de vez em quando fala e diz uma ou outra coisa que nos agrade escutar mas aquilo não passa de mera hipocrisia porque o caminho desta maioria, deste governo e deste presidente é aquele que nos levará ao fundo, ao esclavagismo, ao descalabro que foi combatido e derrubado em Abril de 1974 e começado destruído logo no dia seguinte por vilões da espécie de Passos Coelho e Cavaco Silva. Refiro-os pela simples razão de serem os protagonistas mais notórios em todo este processo de nos miserabilizar, explorar e oprimir.

A realidade é bem clara e evidente. Os portugueses não têm que ter dúvidas sobre as intenções da troika nem dos portugueses ao seu serviço e ao serviço da alta finança mundial. Sensato e imprescindível para a nossa sobrevivência enquanto povo e país é tomar as atitudes corretas que transmitam claramente aos obreiros da nossa desgraça que os sacrifícios que nos têm imposto já são demais, que têm um limite, e que é hora de recuarem e escutarem a agonia em que os portugueses sobrevivem. No próximo dia 24 teremos oportunidade de fazer notar que estamos fartos de miséria e deste enorme défice de justiça e de democracia. Portugal não se libertou do salazarismo para agora voltar a ter de se submeter a regime idêntico com a capa cínica de democracia. Todos sabemos que a resposta a dar é um rotundo não à atual situação, aderindo conscientemente à greve geral que dentro de quatro dias poderá dar o sinal inequívoco de que os portugueses não estão mais dispostos a ceder nem a acreditar em mentiras de Passos Coelho, dos do seu bando, nem em Cavaco Silva. Queremos democracia, queremos justiça, queremos liberdade. Não queremos o esclavagismo que nos está a ser imposto.

sábado, 19 de novembro de 2011

BOA VIDA, A DOS VIAJANTES À CUSTA DA MISÉRIA DE MILHÕES



Aires Melon Pereira

Raramente se passa um dia sem que os políticos na generalidade ou membros do governo e o presidente da república em particular não afirmem e nos recordem (como se pudéssemos esquecer) que temos entre mãos e pés uma grande crise. Este “temos” decerto que se refere exclusivamente a nós, não aos que são os que mais ordenam, governo e presidente - com toda a casta de golpistas do tal “mercado” que nos impôs uma ditadura.

Se estamos em crise não parece, por eles tanto viajarem. Paulo Portas, ministro dos negócios estrangeiro quase não o vimos em Portugal. Corre mundo. Decerto exageradamente, gastando em demasia e com menos proveito. Cavaco Silva também anda num virote e num fartote de viajar e atravessar o Oceano Atlântico, para lá e para cá, por duas vezes em compasso de pouco mais de uma semana ou provavelmente nem isso. Primeiro foi à América do Sul, à reunião dos países ibero-americanos, regressou a Portugal, para logo de seguida se deslocar numa passeata aos EUA. Entretanto Passos foi ao Brasil e só depois para o encontro ibero-americano. E Paulo portas estava por lá, por todas ou quase todas.

Esta semana, para Passos Coelho foi tempo de Angola e mais nem sabemos bem o quê. Continente africano com ele! Entretanto Paulo Portas anda sempre com um pé num avião, outro noutro e a cabeça, pelos vistos, no ar. Isto somente para falar destes três personagens. Porque depois há os governantes ou mandados por esses que vão voando para aqui e para ali a ritmo assustador. Tal ritmo nem nos permite saber bem as razões porque viajam tanto. Que é uma loucura lá isso é.

Pergunta o cidadão comum a razão de tanta viajem. O que trouxe de mais valia ao país a viagem de Cavaco Silva aos EUA? Quanto foi gasto e suportado pelos portugueses sempre pagantes, pelos que têm mesmo de suportar e se necessário passar carências devido à crise? Era assim tão importante Cavaco Silva ir passear aos EUA? Para que foi? Para falar com Obama? Fazer-lhe uma visita de cortesia? Para visitar paragens de emigrantes portugueses nos EUA. Aqueles portugueses que tiveram de fugir do país por tanto serem maltratados pelo regime dito democrático? Que vantagem trouxe para o bem comum Cavaco passear-se? Decidiu alguma coisa de importante, fez render justamente a sua deslocação comparativamente ao despesismo que tal viagem implicou? É óbvio que não. Se assim não é, pois que expliquem racionalmente o que foi que o senhor de Belém foi fazer aos EUA que trouxesse vantagens para o país. E à cimeira ibero americana, o que foi lá fazer Cavaco Silva? Não é o governo que decide? Então para que foi lá Cavaco? Ou porque se juntaram lá tantos representantes de topo de Portugal, mais os assessores, assistentes, os mordomos, etc? Um só daqueles três, com o seu staff, não bastaria?

Disto acresce às despesas ajudas de custo de muitos milhares de euros. Quantos não sabemos. Ou não recebem ajudas de custo pelas deslocações? Certamente, e mais isto e aquilo. Qual o valor destas faturas? Seria possível evitar tais gastos? Certamente.

Angola. Pois Paulo portas ainda não há muito tempo esteve em Angola. Porque razão teve de lá deslocar Passos Coelho? O que lá foi fazer não podia ter sido conseguido de outro modo mais económico? Numa vídeo-conferência não conseguiriam, ele e Eduardo dos Santos, acertar o que houvesse para acertar. Porque razão teve de ir lá passear Passos Coelho? Ou terá sido Angola que pagou todas as despesas e Passos Coelho foi numa situação de verdadeiro pendura? Certamente que não. Certamente que estão a ir ao bolso dos portugueses com tantas passeatas. E isto é havendo a tal crise, fará se não existisse.

Pergunte-se ao fim de um ano quanto seria possível poupar nestas passeatas que certamente são estéreis no retorno de vantagens para Portugal e para os portugueses. Passeatas e mais passeatas… e os portugueses a andarem a pé e sem comer. Boa vida, a dos viajantes à custa da miséria de um povo.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

MARINHO PINTO, O BASTONÁRIO QUE INCOMODA PODERES INSTALADOS


Helena Brito Zenha

O Bastonário da Ordem dos Advogados é incomodo para gregos e troianos, para poderes instalados e a instalar. Muitíssimas vezes diz o que tem que dizer sem papas na língua, frontalmente. Aponta e comprova sem medos, sem olhar talvez às suas “conveniências nos negócios" que lhe poderiam assegurar um bom futuro financeiro e lugar de destaque, quiçá talvez na política. Mas ele não, Marinho Pinto atira-se aos cornos dos toiros com aquele ar encorpado e voz tonitruante enquanto a praça (o pais) faz silêncio ao ver touros desembolados, a medi-lo com olhos de quem lhe quer dar umas valentes marradas. E dão, só que com ferimentos de pouca monta, nem arranhões se podem classificar.

Não foram uma, nem duas, nem três vezes que Marinho Pinto já apontou determinadas facetas de deputados e eventuais lobbies que servem, mas daí nada acontece. Os políticos fazem ouvidos de mercador e lá vão aproveitando o tempo que passa para encherem os odres… No governo de José Sócrates também não houve meias-medidas e houve os que tiveram de comer e calar. Agora, Marinho Pinto está atento aos atuais políticos no poder. Ao dos do governo de Passos Coelho. A começar por uma prioridade, a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz.

Diz Marinho Pinto que "O sr. primeiro-ministro deve explicar o que se passa com o Ministério da Justiça para ser entregue a um escritório de advogados de Lisboa". Acusando a ministra da Justiça de “nomear amigos e familiares” para cargos no ministério que lidera. E justifica a acusação, exemplificando com a nomeação do advogado João Correia, que, segundo Marinho Pinto, é "cunhado da senhora ministra", para coordenador da Comissão da Reforma do Processo Civil. E nomeação do "sócio" de João Correia para chefe de gabinete de Paula Teixeira da Cruz, o também advogado Miguel Barros. Acrescentando que "o Ministério da Justiça foi praticamente entregue ao dr. João Correia" e que "se calhar a senhora ministra não era capaz de sozinha tomar conta daquele ministério" precisando "dos sócios, amigos e colaboradores do dr. João Correia". O bastonário disse "não saber" se "é porque João Correia é cunhado" de Paula Teixeira da Cruz "ou por outras razões", "mas que isto tem que ser explicado". Marinho Pinto referiu ainda a nomeação de Júlio Castro Caldas, "também sócio de João Correia" para "uma comissão de revisão do Código Penal", como exemplos. E desafia a ministra: "Ela que diga onde está a mentira".

Como o Bastonário disse: “O sr. Primeiro-ministro deve explicar o que se passa com o ministério da Justiça para ser entregue a um escritório de advogados de Lisboa”. E deve, Passos Coelho, o anjinho que mentiu aos portugueses como não há memória que algum político tivesse mentido – por isso chamarem a este governo um bando de mentirosos – deve uma explicação que se impõe rápida, principalmente porque era ele que acusava os seus antecessores de clientelismos, de jobs para os boys, etc. Vai-se a ver e temos mais do mesmo ou ainda muito pior. Compreensivelmente as oposições a este governo não falam no assunto nem exigem esclarecimentos. Quem tem telhados de vidro…

Sempre se soube desde o inicio que Paula Teixeira da Cruz não tem competência para ministrar seja em que pasta for. Paula Teixeeira da Cruz é uma amiga de longa data de Pedro Passos Coelho, ele sabe bem das limitações de que ela padece, mas é uma amiga… Passos foi o primeiro, neste caso e decerto noutros, a assegurar Job para a girl, independentemente de ela ser incapaz de levar por diante um ministério competente. Também por isso a ministra se rodeou de familiares e amigos, sempre lhe dão apoio… moral e está mais à vontade.

Não se espere que a Justiça, a tão malfada Justiça em Portugal, melhore com esta ministra e com a panóplia de amigos e familiares que rodeiam Paula Teixeira da Cruz. Esperemos o contrário e que naquele ministério e no setor tudo vá de mal a pior. Desta situação, vantagem e dividendos positivos serão beneficio da Paula Teixeira da Cruz e da sua trupe. Jobs for the boys and girls e mais aquilo que se sabe… Vantagens para Portugal e para os portugueses nenhumas, para eles é tudo à farta.

domingo, 13 de novembro de 2011

SE NÃO É GATO É GATA OU… ENRIQUECIMENTO CONVENIENTE




Por Bernardo Belo Cunha

O Procurador Geral da República, Pinto Monteiro, esteve presente no Congresso dos Advogados que este ano se realizou na Figueira da Foz. Verbalizou em declarações veiculadas pela comunicação social que “defende a introdução na legislação portuguesa de enriquecimento ilícito”. Ora outra coisa não seria de esperar do PGR numa legislação que tarda e que até todos nós sabemos a razão porque tarda. Olhemos os políticos e vejamos como enriquecem. Bem, mas talvez que não seja por cometimentos ilícitos, uma vez que os políticos e os seus lobbies têm a possibilidade de legislar de acordo com interesses que suspeitamos (?) não serem os que interessam à transparência, à honestidade, ao país, aos portugueses. Prossigo.

Mas, disse Pinto Monteiro, que essa legislação deve respeitar a Constituição. Saiba o PGR que os cidadãos não esperam outra coisa. Nem fará sentido legislar não respeitando a Constituição. Alertou Pinto Monteiro que quem enriquece ilicitamente deve ser punido mas que se a lei não respeitar a Constituição de nada serve. Ele especificou: "Que seja punido sim mas, obviamente, tem que se respeitar a Constituição. Para que é que serve o crime de enriquecimento ilícito aprovado na Assembleia da República se um juiz, logo de primeira instância, não o aplicar por o considerar inconstitucional?", inquiriu Pinto Monteiro. "Não serve de nada".

Aqui é que está o busílis. É que segundo afirmam entendidos o governo quer fazer valer uma lei que é inconstitucional… Ora, então, tudo indica que de nada serve, como diz o PGR, e qualquer um de nós percebe ser do interesse dos que enriquecem ilegal e ilegitimamente… Não deixa de ser curioso que o governo de Passos Coelho saiba que lança uma lei inconstitucional e que avance com ela contra tudo e contra todos, excepto contra os criminosos. É curioso, não é? Qual será o interesse de andarem na AR há tantos anos para gizar e aprovar uma lei que já tarda há décadas? Qual foi o interesse do PS? Qual será o interesse do CDS e do PSD? Haverá algum interesse?

Quem conhece o termo “Se não é gato é gata”? E a "fala" do Sherlock Holmes: "É evidente, meu caro Watson."?

sábado, 12 de novembro de 2011

SAUDOSISTAS APROVEITAM BACORADAS DE OTELO



Por Marco Orfeu e Melo

Otelo Saraiva de Carvalho, coronel reformado e figura de muita importância na estratégia e comando do 25 de Abril de 1974, mostrou-se descontente com este tipo de governação de Passos Coelho-Paulo Portas-Cavaco Silva. Vai daí, disse, entre outras coisas, que se mexerem demais com os militares pode vir a acontecer o derrube do governo por aqueles. Decerto através de um golpe de estado.

Otelo mostrou uma vez mais que depois de tantos anos nada aprendeu sobre comunicação. Otelo era e continua a ser um bronco. Talvez mesmo um inadaptado à democracia – o que é coisa que afeta bastantes militares habituados ao quero, posso e mando.

Otelo falou, usou de um direito que lhe assiste, deu a sua opinião, e logo apareceram uns titubeantes legalistas dizendo que o que disse pode ser encaixado numa qualquer prerrogativa de crime por o coronel estar a incitar à violência. Num título de jornal até podíamos ler que o PGR disse que sobre Otelo nada havia de inquérito, para já. Este para já é que cheira mesmo a Salazar. Inquérito porquê? Porque Otelo deu a sua opinião? E quem é que naquelas palavras (disparatadas e inconsequentes) consegue ver incitação à violência? Só um tipo que ignore que nem sequer em 1974 houve violência no derrube do fascismo salazarista. E também um tipo que ignore que Otelo teve funções de estratégia e coordenação nas horas mais importantes do golpe militar, horas e horas seguidas… e violência não houve. E agora é que ele estava a apelar e a incitar à violência? Não será que há aqueles cagarolas que querem penalizar o delito de opinião e que procuram pretextos em interpretações forçadas? Estamos a voltar ao antigamente? Pois estamos, como quem não quer que se perceba a coisa… estamos. Nada nos deverá admirar que Otelo e muitos outros, só por veicularem as suas opiniões sejam considerados criminosos. Os corruptos não o serão, certamente… e o PGR sabe isso muito bem. Como nem sonhamos.

Em publicação de hoje apareceu Otelo dizendo que gosta de dar umas pedradas no charco, pois claro, ele entendeu que dizendo o que disse ia fazer abanar uns quantos capacetes e pôr a funcionar uns quantos miolos. E só isso. É isso que significa uma ou várias pedradas no charco. Dar uns abanões com umas broncas. Para tal nada melhor que um bronco como Otelo.

Disse Vasco Lourenço, outro militar de Abril de 1974, que as declarações de Otelo foram disparatadas e que envergonhavam os militares de Abril. Por favor, que exagero. Os militares de Abril estão no topo da consideração dos portugueses desses tempos e não será por bacoradas de Otelo que perdem o valor e a alta consideração que merecem. Quanto às novas gerações… os militares de Abril nada significam. Não, porque os jovens e portugueses talvez até aos 50 anos não sabem o que é viver em regime ditatorial. Por isso, porque de geração para geração existe uma coisa chamada "apagar a memória", é que Passos Coelho é primeiro-ministro, e José Sócrates fez o mal que fez a este país. E antes dele assistimos às palhaçadas de Cavaco, de Durão Barroso, Santana Lopes... Por isso é que temos em Portugal um indivíduo na presidência da república que cheira por todos os poros como um Salazar deste século. Falso como Judas. Por isso é que estamos a passar mal e a ver destruírem todas as conquistas democráticas que fez de Portugal uma referência positiva aos olhos do mundo, com um povo pacífico que depois de 50 anos de ditadura usou cravos nos canos das armas. Só por isso as bacoradas de Otelo foram mesmo só isso, os tratantes no governo e nos outros poderes que não arranjem desculpas com isto para instalar a repressão inconstitucional e antidemocrática. Delito de opinião é coisa que não existe em democracia, só nas mentes saudosistas dos de “antigamente”.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

PESADELO A QUANTO OBRIGAS


    Por Sandra Duarte Bobone

Em Portugal, na Assembleia da República, no Parlamento, tem sido hoje dia de discussão e dissertações sobre o OGE que crucificará ainda mais os portugueses de menores recursos e também os portugueses da classe média baixa, da classe média-média e média-alta. Os ricos não estão dispostos a pagar a crise e assim sendo não a vão pagar, independentemente de serem ou não causadores dessa mesma crise.

Assistimos no Parlamento de Portugal a verdadeiras diatribes sobre o sexo dos anjos entre os deputados dos partidos do arco do poder, até hoje exercido pelo PS, PSD e CDS, em vez de abordagens sérias e propostas reais de contenção de despesas a recair sobre os que também têm imensas responsabilidades no escoar dos bens públicos; os políticos, os gestores aliados a esses mesmos políticos, os assessores, etc., etc. Salientemos aqui que também os reformados da política, os deputados, estão englobados na afirmação anterior. Esses e mais uns quantos seus congéneres, que esta ou aquela razão lhes são associados de facto ou nas circunstâncias.

Na verdade o orçamento é um tratado e oficialização inconstitucional de esclavagismo para os trabalhadores portugueses, uma condenação à doença e à fome dos já reformados e de mais idade, um convite aos mais jovens para que se excluam do país, que emigrem – assim declarado abertamente pelo governo – um ataque às famílias, à sua estabilidade e educação dos seus filhos, um declarar de desprezo pelos direitos das crianças e seu saudável crescimento e formação. Há crianças que já hoje chegam às escolas e declaram não terem jantado após saírem das escolas, nem terem tomado o pequeno almoço nas suas casas. Ou seja, estão quase 24 horas sem uma refeição, restando-lhes o almoço limitado que algumas escolas lhes proporcionam gratuitamente através do SASE, Serviços de Ação Social Escolar.

Das medidas anunciadas e implícitas neste OGE, que será aprovado pela maioria partilhada entre PSD e CDS, não vimos contenção correspondente aos sacrifícios impostos aos portugueses sobre as reformas imorais de 10 mil euros e mais que muitos recebem por mês. Quem? Aníbal Cavaco Silva, por exemplo – a sua reforma ronda quantia de poucas dezenas de euros a perfazer menos de 10 mil. Uma medida de contenção a estes abusos deveria ser na ordem dos 50 por cento ou mais em redução. Deveria existir um teto máximo para as reformas mais altas e esse nunca deveria ser maior que os 4 mil euros. Qualquer reformado com essa quantia pode manter a sua vida com dignidade, sabendo-se que esses que imoralmente recebem reformas avultadas anteriormente e de momento acumularam e acumulam riqueza bastante para viverem como nababos.

Também os deputados reformados devem ver as suas reformas - e mordomias que para eles reservaram abusivamente - diminuídas a mais de metade, o mesmo para os ex-presidentes da república, ex-ministros e outros ex que como sanguessugas depauperam os bens públicos sem a menor vergonha.

A quantidade de deputados que existem no parlamento de Portugal é injustificado, um número mais reduzido seria o ideal, assim como a redução de 40 porcento daquilo que mensalmente auferem em ordenado estipulado e alcavalas que em muitos casos superam escandalosamente os vencimentos-base. Não se trata só de limitar as despesas da Assembleia da República, como o primeiro ministro Passo Coelho já referiu, mas sim de levar decência e moralidade àquilo que os deputados devem receber pelo seu trabalho em prol da democracia e do país. Mas essas medidas não são contempladas neste OGE, nem por sonhos Passos Coelho nem o seu governo, ou os partidos que lhe afetos e que detêm a maioria se lembram de levar àquela casa, a AR, a equidade, a justiça, a democracia. Nem em nome da crise porque afinal a crise é só para os portugueses que não fazem parte do mosaico político partidário afeto aos que detém ou detiveram o poder ao longo destas quase 4 décadas pós 1974. Se este governo – e outros anteriores – fosse honesto já teria tomado esse tipo de decisões e muitas outras mais que verdadeiramente pusessem termo às enormes injustiças que vitimam os portugueses em beneficio de uma minoria de verdadeiros sanguessugas. Sob o pretexto da crise Portugal adormecido está a reviver um verdadeiro pesadelo e a democracia já foi.

Sem dificuldade podemos concluir que este governo usa a mesma estratégia de todos os outros: os ricos não pagam a crise… nem os políticos, tecnocratas ou amigos dos partidos que detêm os poderes atuais. Por isso não há moralidade e aqueles que têm direito a comer são sempre os mesmos, só alguns. Todos os outros não comem mas pagam. A isto chama-se parasitarismo. E é grande, o que se instalou na política daqueles partidos e dos seus clientelismos. Um enorme pesadelo.

Temos portanto a perspetiva mais que certa de que muita miséria e fome vão vitimar os portugueses. Começou pelos que sofriam de maiores carências, que agora já são portugueses completamente famintos e sem teto e já se propaga a toda a velocidade aos se julgavam da classe média baixa e até à classe média-média. Os da média alta ainda não estão a sentir verdadeiramente a crise mas a partir de Janeiro decerto que a vão sentir, sem que por isso lhes caia as paredes na lama. Na lama já estão quase metade da população portuguesa e esses números irão aumentando significativamente a cada mês de 2012. O que se pode esperar de mais um governo que exclui alguns eleitos (por eles) para nem sequer sentirem o bafo da crise e ainda beneficiarem com ela se possível? E tem sido possível.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

FOME EM PORTUGAL, O PIOR ESTÁ PARA ACONTECER


Por Aires Melon Pereira

A questão que se põe aos portugueses prende-se com nem querer saber a verdade sobre a crise que existe, alegadamente por responsabilidade de todos. A maioria não acredita que seja de sua responsabilidade que o país está endividado mas faz de conta que acredita naquilo que os políticos dizem e vai aceitando as medidas de austeridade que todos os dias empurra os portugueses para a miséria.

Foi notícia ainda há dias que as escolas estão a deparar com a presença de alunos que vão para as aulas com fome, com "insuficiência alimentar" - o eufemismo é  também usado pelo presidente da república, Aníbal Cavaco Silva. Sobre isso nem uma palavra foi dita pelo atual primeiro ministro, Pedro Passos Coelho. Considerando a iletracia e o analfabetismo dos portugueses muitos haverá que não entendem o que quererão dizer. Seria mais simples e entendivel para todos se usassem a palavra fome porque é disso que se trata, é isso que acontece: há crianças que vão para as aulas, para as escolas, com fome. Há fome em Portugal e não são só as crianças, nem os velhos, que dela padecem. É curioso porque quando Aníbal Cavaco Silva era primeiro ministro - por mais de 10 anos - também a fome se instalou em Portugal. Que o diga a região de Setúbal, do Alentejo, da Grande Lisboa... Agora que é presidente da república, que o partido que comanda pelos bastidores também está no poder... voltou a existir fome com larga incidência em Portugal. Coincidências.

Em outro dia de parlamento a discutir o Orçamento de Estado e de citações de números e mais números, de milhões e mais milhões, de biliões e mais biliões, ficam os portugueses a saber que a situação vai agravar-se muito mais e que se agora existe fome muito mais irá haver. Que se existe bastante miséria, muito mais haverá no ano que vem, e no outro, e no outro... Até que aconteça "milagre" se acaso os portugueses continuarem passivos como zumbis e não exigirem o abandono desta senda de austeridade injusta sempre para os mesmos. É mais que tempo de exigir mais e maior justiça nos sacrifícios que estão a esmagar os portugueses através das carências múltiplas causadas pela carestia, arquitetada  e posta em prática por Passos Coelho, um marioneta de poderes ocultos, e todos que são conhecidos como governantes deste desastre nacional - os políticos em que os portugueses votaram e têm votado, dentro do desgraçado "arco dos partidos da governação" conhecidos por PS, PSD, CDS. O que muda são as siglas, de algum modo o palavreado utilizado e pouco mais. As mentiras são a prática destes políticos que se mostram agremiados em associação criminosa e lesa pátria, a governação é sempre a mesma e os conhecidos mafiosos também.  Nem mudam nos seus clientelismos.

É aos portugueses que compete fazer com que tudo seja diferente e que os métodos passem a usar a honestidade como prática em vez das práticas destes políticos desonestos que legislam a seu favor, dos lobies que representam, entre imensidões de outros interesses que têm a maioria de responsabilidades na divida que dizem ser causa de todos nós. Que não é, mas que pagamos com desemprego, miséria e fome, perdão: insuficiência alimentar.


terça-feira, 8 de novembro de 2011

NOVO PORTUGAL DIRETO – UM GRUPO NOVO, NOVOS EDITORES



Nova edição, novo Portugal Direto. Essa é a notícia que podemos trazer com título de novidade. Um grupo de blogueiros vai assegurar a nova edição deste sítio. Sem desprimor para o anterior criador e editor decidimos eliminar todos os textos e imagens para começar de novo com um Novo Portugal Direto.

Esperamos agradar e suscitar a vossa participação. Conteúdos que desejem ver aqui publicados poderão enviar para portugaldireto@gmail.com, estamos abertos a alargar o grupo que edita este sítio.

Também manteremos abertos e sem restrições os comentários daqueles que quiserem desse modo participarem acerca dos títulos que editamos.

Boa participação, boa leitura.