segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

OH TEMPO VOLTA PARA TRÁS…



Por Helena Brito Zenha


A UGT anunciou que não há pacto social porque discorda profundamente das medidas impostas pelo governo em obrigar os portugueses ainda com emprego a alargar o horário de prestação de trabalho por mais meia hora diária, cerca de 10 horas por mês, mais de 120 horas por ano. Oferecer à entidade patronal mais 120 horas por ano, contas feitas por alto, a trabalhar mais 15 dias de borla, quero dizer, por obrigação. Não se vislumbra que vantagens traz tal medida para o país, a não ser que o valor desse trabalho imposto revertesse para o estado, partindo do principio que o Estado somos todos nós e que todos beneficiaríamos, mas com tanto ladrão será impossível. Assim, quem ganharia, ou ganhará, é a entidade patronal – que tem escravos oferecidos pelo governo Passos Coelho durante mais 15 dias. Imagina-se que isso contribuirá para mais uns “bólides” para as famílias de certos empresários, para mais remodelações de piscinas, de mansões, talvez até para umas prendinhas para certos partidos negreiros e seus dirigentes, etc.

Passos Coelho e o seu governo ditatorial, escolhido por maioria daqueles que foram votar – porque a verdadeira maioria dos portugueses não votou Passos Coelho, sendo que afinal ele representa uma minoria – faz o que considera por bem. E o bem para ele é explorar-nos enquanto pode e levar-nos ao fundo do poço da miséria. O bem para ele é fazer as devidas sangrias nas classes que toma por prontas a explorar, os pobres e a classe média principalmente. Curiosamente, classe média que nele votou embalada e enganada que foi naquele chorrilho de mentiras que durou meses e produziu uma lavagem ao cérebro dos que estavam irados com José Sócrates. Nem pensaram que estavam a hipotecar as liberdades, dignidade, democracia, justiça e futuro. Eis o resultado.

Sócrates já se foi e sabe-se há muito que não é o único responsável por sermos governados por um bando de mentirosos e parasitas ressabiados das alas direitistas com sede de poder. Novos e velhos, de Belém a São Bento, Portugal está entregue aos poderes de quem conduz o país aos tempos da ditadura.

Isso mesmo percebemos quando um ministro das polícias, dito de Administração Interna, quer fazer da vigilância vídeo do país algo que é inconstitucional e que foi reprovado pela respectiva Comissão. Vai daí o ministro diz que vai perseguir os seus objetivos. Certo que está de conseguir violar o que é garantia constitucional. E ninguém duvide que ele vai mesmo conseguir. Igualmente um bom vai daí para Miguel Relvas, um ditador após a pele visível, que diz que o seu parceiro ditador Obiang, da Guiné Equatorial, será bem-vindo à CPLP. Evidentemente que sim. Mais ditador, menos ditador, que diferença fará?

Vai daí prepara-se tudo e mais alguma coisa para enquadrar ainda mais a comunicação social e a própria internet numa malha de censura democrática. Cujo significado fica-se pela simples censura.

Vai daí, gozando da possibilidade oferecida por esta direita ressabiada que ocupa Belém e São Bento - que alastra com os boys e girls pelo país, o diretor da PSP sentiu-se à vontade para falar com modos de antigamente, mostrando-se uma reles cópia dos tempos salazarentos das PIDEs e das polícias de choque do capitão Maltês. Reles porque nem o Maltês nem o Silva Pais davam preleções ridículas perante a comunicação social. Não davam. Mas, vai daí, o diretor da PSP nem escondeu que tinha polícias à civil entre os manifestantes contestatários às políticas do governo que serve – depreende-se que em qualquer manifestação. O que ele não disse foi que esses polícias têm de desempenhar as funções de agitadores, que é para dar uso aos escudos e bastões, ou pistolas, aos gazes e o que mais tiver de parafernália contra o povinho. Sobre isso nem uma palavra. Existem os vídeos e as fotografias dos tais agentes à civil que até vimos serem agitadores na última manifestação frente ao Parlamento de São Bento. Ou não serão agentes e todos nós estamos errados? Porque não desmentem? Porque esse ministro das polícias tão “democrata” não nos vem garantir que os indivíduos das fotos e dos vídeos não são agentes da PSP ou de outra polícia qualquer? E se não são porque razão estão em várias fotos em perfeita harmonia com os seus colegas PSPs? Perdão, colegas não… Talvez conhecidos… Ou talvez nem isso. Estavam por ali, por acaso, misturados com a polícia. Os malandrecos.

Será bem recordar ao diretor da polícia que os portugueses com melhor memória e passado sofredor nos tempos da ditadura conhecem muito bem todos esses métodos ilegais, ainda agora, para gerarem violência e desacreditar os que contestam com toda a razão as políticas antinacionais e desumanas impostas pelo regime do governo que o diretor da PSP serve. Será bem que os mais novos atentem nas experiência desses antifascistas e democratas e não se deixem ludibriar com tais métodos. Métodos desonestos e ilegais, reveladores de uma direção de polícia que cheira demais a “antigamente”. Aliás, o modo como o diretor falou, após a manifestação do dia da greve geral, foi esclarecedor do que lhe vai na mente e nas intenções. Portugueses houve que julgaram estar nos tempos de Salazar-Caetano. Ainda não, mas está quase.

Tudo isto é fruto de uma direita ressabiada que vai fazer-nos suar as estopinhas e se precisar também fará jorrar sangue. Recordem o passado, atentem no presente, previnam o futuro, para que o tempo não volte para trás. Votar para trás é o refrão que os que atualmente detêm o poder repetem e vão pondo em prática. Não estão a dar por isso?

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